O espetáculo Cabaré da Rrrrraça discute a questão racial com inteligência, humor, música e dança. Dirigida por Márcio Meirelles, a peça levanta discussões sobre negritude, racismo e a participação do negro no mercado de consumo, por meio de personagens que já caíram no gosto popular, como o Patrocinado, a cantora Flávia Karine e o Super Negão."O Cabaré surgiu em um momento de crise. O elenco estava cansado de ser mal interpretado, de ouvir coisas negativas e, principalmente, com a falta de dinheiro e de apoio. Conversamos muito e então surgiu a vontade de fazer algo diferente do que vínhamos fazendo", conta Chica Carelli, co-diretora do espetáculo. A mudança se fez necessária e de certa forma radical. Ao invés de colocar no palco o povo pobre e sofrido do Pelourinho ou de outra periferia da cidade, o Bando de Teatro Olodum queria continuar debatendo o racismo, mas por outro viés. "Marcio Meirelles queria falar do negro como consumidor e objeto de consumo através de personagens que mostram o negro que anda arrumado, sai nas capas das revistas, o negro fashion", explica Chica. ![]() Inspirados pelo surgimento na revista RAÇA BRASIL (a primeira do mercado editorial brasileiro voltado para a população afrodescendente), o Bando criou um divertido, mas contundente espetáculo, que versa sobre os diversos dilemas do negro na atualidade. Desde a estréia, em 1997, a peça continua despertando interesse e discussões por onde é apresentada. Diversas cidades brasileiras, além de Portugal e Angola, já receberam a visita do Cabaré. Outro destaque do espetáculo são os figurinos especiais usados pelos personagens e músicos em cena. Eles são assinados por um grande time de estilistas baianos. |

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